Os pesquisadores do brincar consideram que este mobiliza múltiplas
aprendizagens, sendo indispensável à saúde física, emocional e intelectual da
criança. Na brincadeira, a criança cria outros mundos e se comporta além do
habitual e cotidiano. A criança vivencia-se no brinquedo como se ela fosse
maior do que é na realidade. (VYGOSTKY, 1987, p.117)
Maluf (2003, p.21) afirma que:
“Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o
funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimentos e estresse ou medo,
desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos
intelectualmente, socialmente emocionalmente.”
Segundo Kishimoto (1999), o
desenvolvimento da criança deve ser entendido como um processo global, pois
quando corre, pula, ela desenvolve sua motricidade e, paralelamente, é um
desenvolvimento social, pois brinca com parceiros, obedece as regras, recebe
informações e estabelece relações cognitivas, tornando-se assim, um ser humano
inteiro.
Constatou-se, nesses estudos, que as
brincadeiras são fonte do desenvolvimento cognitivo e, também, uma forma de
autoexpressão, pois as crianças descobrem suas sensibilidades, habilidades,
visualizam suas funções e responsabilidades, aprendem a dividir tarefas com o
outro, desenvolvendo, assim, colaboração.
Através das
brincadeiras, as crianças se apropriam do mundo a sua volta, construindo
a sua própria realidade, dando-lhe um significado.
Na teoria que embasa o brincar há
muito conflito sobre o significado das palavras: brinquedo, brincadeira e
jogo.
Maluf (2003) pondera que: “O
brinquedo não é apenas um objeto que a criança usa para se divertir e ocupar o
seu tempo, mas é um objeto capaz de ensinar e de torná-la feliz ao mesmo
tempo.”
O brinquedo é um importante artefato
cultural que gera aprendizagens. Ao se utilizar brinquedos de várias formas e
diferentes tamanhos, a criança tem a oportunidade de conhecer a sua cultura e
trabalhar semelhanças e diferenças, enfim, abstrair, classificar e simbolizar.
Em relação à brincadeira, Vygotsky
(1991, p.35) afirma que:
É uma atividade humana criadora, na
qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas
possibilidades de interpretação, de expressão e de ações pelas crianças, assim,
como de novas formas de construir relações sociais com os outros sujeitos, crianças
e adultos.
O Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil (1998,
p.13) ressalta que: A brincadeira favorece a autoestima das crianças,
auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa.
Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de
adultos, no âmbito de diversos grupos sociais. Essas significações atribuídas
ao brincar transformam-no em um espaço singular de contribuição infantil.
Piaget
classifica o jogo infantil em três categorias: De exercício: caracteriza se pela repetição de uma
ação pelo prazer que ela proporciona e é uma das primeiras atividades lúdicas
do bebê; Simbólico: envolve o faz-de-conta, a
representação; De regras: é
o que exige que os participantes cumpram normas e passem a considerar outros
fatores que influenciam no resultado como, atenção, concentração, raciocínio e
sorte.
Em seus estudos sobre jogos, Vygostky
(1896- 1934) deu ênfase aos jogos de representação. Ele considera que: “Não
existe brincadeira sem regras, partindo do princípio de que os pequenos se
envolvem nas atividades de faz-de-conta para tentar entender o mundo em que
vivem, para isso usam a imaginação.”
Sendo assim, os estudos de Piaget e
Vygostky levam a refletir sobre o significado do jogo simbólico e do brinquedo
na infância. O lúdico propicia à criança o desenvolvimento das estruturas
cognitivas, a construção de personalidade, o intercâmbio do cognitivo com o
afetivo, o avanço nas relações interpessoais, nas interações e no conhecimento
lógico matemático, a representação do mundo e o desenvolvimento da linguagem.
pedagogiadavirtualidade.wordpress.com
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