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sábado, 18 de maio de 2013

Dica boa...

Em 
A Ética na Educação Infantil, as autoras apoiassem no trabalho de Jean Piaget - e também o elaboram - no campo do desenvolvimento sócio-moral. As autoras argumentam que a educação construtivista deve envolver mais do que as atividades especiais com as quais é geralmente associada (tais como jogos em grupo, atividades de conhecimento físico e da linguagem como um todo).

O planejamento deve incluir também a provisão para o desenvolvimento social e moral das crianças, uma vez que essas constroem seu entendimento moral a partir do material bruto de suas interações sociais cotidianas. Com esse objetivo, as autoras oferecem uma racionalização para uma espécie particular de atmosfera sócio-moral nas salas de aula das séries iniciais e descrevem meios práticos pelos quais os professores podem cultivá-la. 

"0 primeiro princípio da educação construtivista de que uma atmosfera sócio-moral deve ser cultivada, e na qual o respeito por outros é continuamente praticado - é a base deste livro. Por atmosfera sócio-moral, referimo-nos a toda a rede de relações interpessoais em uma sala de aulas... Acreditamos que os professores não devem ser técnicos, mas sim profissionais teoricamente sofisticados."

"Ensinar e Aprender Matemática na Educação Infantil e nas Séries Iniciais"


Dica de livro.
Reunindo textos de especialistas no ensino da Matemática, o livro pretende integrar conceitos teóricos com a prática educacional, utilizando propostas surgidas nas salas de aula da cidade de Buenos Aires. Com linguagem acessível, a intenção é pensar o cotidiano escolar dos alunos para observar falhas e lacunas, atitude que instiga ao debate e estimula novas maneiras de ver, aprender e ensinar a Matemática.
Destaque A divisão dos capítulos com títulos autoexplicativos ajudam o professor a focar na leitura do que acha mais importante.

Autora. Mabel Panizza e outros, 188 págs., Ed. Artmed.

Dica de livros para Educação Infantil.

O livro Jogos, Projetos e Oficinas pra Educação Infantil de autoria de Marília Centurión, Margaret Presser, Sorel Silva e Arnaldo Rodrigues, publicado pela editora FTD, São Paulo: 2004. 272 p. ISBN 85-322-5183-8, traz sugestões e idéias sobre jogos, oficinas de trabalho para datas comemorativas, brincadeiras, projetos, adivinhas, parlendas, trava-línguas, ditados populares, música, quadrinhas, dicas para enfeitar o ambiente escolar além de uma série de orientações que visão auxiliar o professor da Educação Infantil na organização e na prática educativa.
A obra diverge sobre o universo da Educação Infantil iniciando reflexões sobre a função pedagógica, seus objetivos gerais, tece reflexões sobre o caráter formativo da avaliação na Educação Infantil além da importância do registro das observações. Após esta introdução, o texto discorre sobre as áreas do conhecimento seguindo esta ordem: “Matemática”, “Língua Portuguesa”, “Natureza e Sociedade”, “Música, Jogos e Brincadeiras”, “Projetos” e “Oficinas”.
Em “A função pedagógica da Educação Infantil” o texto define a função pedagógica da educação infantil além de que “na instuição de educação infantil, pode-se oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos alunos” também citando a LDB e o Referêncial Curricular Nacional para a Educação Infantil para nortear seu conteúdo,Nos objetivos gerais da Educação Infantil também utiliza-se do Curricular Nacional para a Educação Infantil para nortear seu conteúdo, sendo que a prática da educação infantil deve ser organizada de modo a proporcionar ao alunos condições de: desenvolver uma imagem positiva de si, descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, estabelecer vínculos afetivos de troca com adultos e crianças, etc.
O caráter formativo da avaliação na Educação Infantil apresenta uma síntese das diversas funções da avaliação, sendo: diagnosticar, classificar e controlar (formativa). Sendo que a avaliação na educação infantil deve apontar para uma avaliação formativa permitindo que as crianças compartilhem das obervações e que os pais possam acompanhar de perto a prática educativa vivenciada por seu filho(a), compreendendo os objetivos propostos e as ações envolvidas.
Em registro das observações o livro apresenta um quadro de registros de observações, que pode ser adaptado a partir das ações educativas priorizadas pelo projeto curricular de cada escola.
Para a disciplina de Matemática o livro traz contribuições diversas, abordando o que as atividades de Matemática devem possibilitar aos alunos, confome o que descreve o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, também aborda como o educando estabelece conecxões entre o seu cotidiano e a Matemática, entre a Matemática e as demais áreas do conhecimento e entre deferentes temas matemáticos e como as diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos.
Diversos exemplos práticos de matemática são disponibilizados, de forma clara, objetiva, com várias ilustrações para exemplificar a atividade. Alguns exemplos de atividades disponíveis: Tamanhos diferentes/Mesmo tamanho; grande/pequeno, maior/menor, macio/duro/áspero/lixo, formas geométricas espaciais/planas, seqüência temporal, símbolos, números, correspondência um a um, gormando grupos, pertence/não pertence, classificação, classificação de sólidos, identificando notas de real, fazendo contagens entre outras tantas.
Jogos para matemática apresenta uma coletânia de 30 atividades envolvendo a disciplina. Cada jogo vem com comentários de sua finalidade, materiais necessários para a realização e sugestões de atividades.
Os jogos são os mais variádos possíveis, como: jogo da velha, par ou ímpar, jogo das mãos, pirulito que bate, bate, amarelinha com adição e subtração, jogo de memória, de dominó, construção de dado de esponja, tangram, cama-de-gato e muitos outros.
Para finalizar o conteúdo de matemática, a obra aborda o tema referente a avaliação, com o título Como avaliar em matemática? Trazendo informações para que o educador saiba como, onde e quando utilizar e dela obter resultados que contribuam para o crescimento do educando, do educador e da qualidade do ensino como um todo. Traz também ficha com indicadores de avaliação onde o professor pode analisar, avaliar o nível de conhecimento do aluno.
Para a área do conhecimento de Língua Portuguesa, a obra Jogos, Projetos e Oficinas pra Educação Infantil segue a mesma metodologia de apresentação, com uma introdução referente ao Trabalho com Língua Portuguesa onde fala sobre a importância da comunicação, da linguagem oral e escrita e sua função na educação infantil conforme segue: “A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais”.
Trabalhando Conteúdos de Linguagem Oral e Escrita contém um material amplo relacionado a Língua Portuguesa, com informações desde a aquisição da linguagem do bebê e a importância das conversas que os pais e as pessoas encarregadas de cuidar do bebês devem ter durante as atividades diversas, seja na troca de fraldas, banho, amamentação, etc., pois estas, além de estreitar os lações de afetividade, este diálogo representa modelos lingüísticos dos quais a criança se apropria, construindo, assim, a capacidade de compreender e fazer-se compreender, discorre também sobre as conversações com com os alunos e rodas de conversa onde mostra que cabe à família e também à escola deve privilegiar o diálogo com as crianças, sugerindo inclusive que a esta promova, sempre, rodas de conversas com os educandos, pois estimula os alunos a trocar idéias, contar casos ocorridos com eles, comentar fatos, apresentar poesias, parlendas, etc.
Trabalhando Conteúdos de Linguagem Oral e Escrita trata também do desenvolvimento da expressão oral, o trabalho com o texto, o alfabeto, cruzadinhas, caça-palavras, etc., com muitas ilustrações e sugestões de atividades.
Em jogos para Língua Portuguesa estão disponíveis 13 sugestões como: Começa com som de A ou de O? ABC, Forca, Mímica, Quebra-cabeças com palavras, etc., todas com informações e sugestões de aplicação.
Como Avaliar em Língua Portuguesa traz uma análise sobre o instrumento em si e a finalidade da aplicação, que pode ser utilizado pelo professor para obter dados sobre o processo de aprendizagem, reorientar a prática educacional e permitir que os alunos avancem no processo de aprendizagem. Traz também ficha com indicadores de avaliação para orientar o educador no processo.
Em Natureza e sociedade a obra abrange os seguintes tópicos: O trabalho com Natureza e Sociedade; Trabalhando conteúdos de Ciências; Trabalhando conteúdos de História; Trabalhando conteúdos de Geografia; Jogos para Ciências, História e Geografia e Como avaliar em Ciências, História e Geografia?
O trabalho com Natureza e Sociedade trata da relação da criação pré-escolar com os fenômenas naturais e sociais, sendo a curiosidade um motivador relevante no interesse da busca do conhecimento por parte do educando e sendo a partir dessa vontade de conhecer que o trabalho escolar deve ser planejado pois a todo momento o saber chega a criança de forma não-sistematizada, pois o conhecimento do mundo é transmitido à criança desde o seu nascimento, quando se diz o nome e se explica a função dos objetos ou quando se leva a criança a um passeio pela rua.
À escola cabe propiciar a ampliação e a sistematização desses conhecimentos, convidando a criança a participar de descobertas, abrindo-lhe oportunidades de desenvolver suas capacidades. Sendo o ambiente escolar em espaço coletivo – de convivência, discussão, confronto, competição e colaboração -, o que torna ainda mais enriquecedor o processo de construção do conhecimento.
Trabalhando conteúdos de Ciências contém indicações de atividades relacionadas ao corpo e saúde características dos animais e vegetais, socialização e afetividade, tradição cultural e ambientes e fenômenos naturais.
Em corpo e saúde traz sugestões do uso da música erudita para o estímulo da audição, trabalhar com frutas para estimular o olfato, o paladar e o tato, com questões como: “O cheiro de um alimento também mostra se ele é gostoso ou não?”, “Qual é o sabor da fruta?”, “A fruta é mole ou dura?”. Também traz sugestões de brincadeiras e jogos.
Para as caracterísiticas dos animais, sugere a observação de animais (em parque ou mesmo no jardim da escola), indicando alguns procedimentos de pesquisa que podem serem adotados para os alunos perceberem que se trata de atividade com objetivos.
Em características dos vegetais estão disponíveis sugestões de trabalho com massinha de modelar, passeio em praça ou jardim, utilização de flores em sala de aula e o plantio de uma planta para observação de como ela se desenvolve.
Socialização e afetividade trata dos aspectos relacionados à socialização e à afetividade dos educandos, com sugestões para o educador trabalhar a data de aniversário dos alunos, realizando questionamentos como: “O que vocês gostam de fazer no dia do aniversário?”, “Vocês cumprimentam as pessoas que moram com vocês, no dia do aniversário delas?”. Traz também a sugestão do uso de calendário com anotações do dia de aniversários dos alunos e do corpo doscente da escola (professores, direção, pessoal de apoio, etc).. Também traz sugestões de brincadeiras, cantigas, construção de instrumentos musicais que estimulam os alunos a interagir consigo e com os outros e também a refletir.
Sugestões de utilização de música com interpretação através de gestos, uso de quadrinhas e suas variantes e frases do ditado popular estão disponíveis na parte referente a Tradição cultural.
Ambientes e fenômenos naturais aborda o estudo do céu, com pesquisa a noite pelos educandos com participação dos responsáveis e preenchimento de relatório próprio, que deverá ser utilizado no dia seguinte na troca de experiências. A observação e descrição do dia, criação de um arco-íris com jato de água e experiência com gelo para perceber a ação do calor do sol também são sugestões para estudo.
Trabalhando conteúdos de História aborda a educação para o trânsito, afetividade e história pessoal, trabalho, meios de comunicação, escola, meios de transporte e registro e memória.
Na educação para o trânsito são sugeridas atividades com brinquedos relacionados ao trânsito (ambulância, motocicleta, carro de polícia, etc) e após brincarem livremente o educador fará questionamentos para que se amplie a compreensão do tema. A construção de carrinhos usando caixas de papelão, conversas sobre leis que regulamentam o transporte escolar, espaço na cidade reservado ao trânsito de carros e ao trânsito de pedestres são também tema de estudo.
Afetividade e história pessoal versa sobre a valoriação pessoal e coletiva, o conceito de família, dramatização das relações familiares, questionamentos sobre o dia do nascimento e a importância da carteira de identidade.
Em Trabalho estão disponíveis sugestões para trabalho referente a tipos de profissão, leis brasileiras (do trabalho), trabalho infantil, a importância do trabalho e trabalho coletivo.
Meios de comunicação sugere questões relacionadas ao computador (quem possui, o que é possível fazer, etc), a criação de jogos (telefone sem fio onde o objetivo é levar o aluno a perceber como a mensagem é modificada cada vez que uma pessoa a retransmite), dramatização com telefones de brinquedos, trabalho coletivo de painel com conteúdos onde os educandos, em casa, com os pais, assistem a um telejornal e escolhem uma notícia que achem interessante para contar na classe e a produção de desenhos sobre programa de televisão que os alunos assiteme.
Meios de transporte contém sugestões de atividades com brinquedos trazidos de casa, a história dos meios de transporte para compreensão das mudanças que ocorrem e organização de passeio educativo pelo bairro, para observer os sinais de trânsito e o comportamento dos motoristas e pedestres.
Registro e memória trata sobre as formas existentes de guardar uma lembrança e questionamentos referentes as lembranças dos próprios educandos.
Trabalhando conteúdos de Geografia contém sugestões para organização e transformação do espaço, tempo e seqüência, ambiente e recursos naturais, orientação espacial e símbolos.
Em símbolos são sugeridos a utilização de símbolos usados em jornais, na previsão do tempo, além dos de hospitais, de trânsito, etc, para que o educando possa compreender o significado e importância dos mesmos.
Jogos para Ciências, História e Geografia traz sugestões de 7 jogos para utilização.
Em como avaliar Ciências, História e Geografia? Além de versas sobre o principal objetivo da avaliação na pré-escola traz ficha com indicadores de avaliação e ficha para preenchimento dos indicadores de avaliação.
O capítulo Músicas e Cantigas populares trata da importância da música e das cantigas populares na educação infantil e formação do ser humano. “A música é considerada fundamental na formação de futuros cidadãos desde a Grécia antiga, pois, além do poder de encantar e proporcionar distração, pode ser utilizada para transmitir conhecimentos de naturezas diversas”. Possui sugestões de músicas e sibs da batyreza para a realização de trabalhos de expressão corporal, com jogos e brincadeiras que estimulam a imaginação e a criatividade, como:
Meu pé, meu querido pé, de Hélio Ziskind. Essa música apresenta em forma de brincadeira o som de 28 instrumentos musicais, para que os alunos, ouvindo, identifiquem os diferentes instrumentos, além de composições de Bach, do cancioneiro popular (O pastorzinho, Meu sininho, etc) Canções de ninar ou acalanto (bicho-papão, cantiga da cuca, boi da cara preta entre outras).
Músicas que exploram movimentos ajustadas a um ritmo, à interação, à imitação e ao reconhecimento do corpo para as brincadeiras que envolvam o canto e o movimento, sumultaneamente, possibilitando a percepção ritmica, a identificação de segmentos do corpo e o contato físico, estão disponíveis mais de 10 tipos de músicas além de inúmeras músicas que exploram diferentes formas de contagem, exploram cuidados pessoas, temas de ciências, história e geografia, cantigas de roda ou cirandas, que exploram os direitos das crianças e temas variados.
Adivinhas, parlendas, trava-línguas, quadrinhas e didatos populares estão em grande número na obra, pois “constituem um prazeroso passatempo, pois entretêm, diverte e desenvolvem o raciocínio lógico”. O conteúdo abrange adivinhas sobre animais, letras do alfabeto e escrita de palavras, plantas, flores e natureza, frutas e alimentos, coisas da rua ou do bairro, identidade e objetos da casa, partes do corpo humano, calendário, tempo e relógio, brinquedos e instrumentos musicais, cores, temas diversos e adivinhas em forma de quadrinhas.
As parlendas ou parlengas são palavreados ou versos infantis de poucas sílabas, com rimas simples. Além de acalentar, distrair e divertir, ajudam a memorizar as primeiras noções de seqüência (números, dias da semana, nomes, etc.).
Em relação a Trava-línguas, o livro disponibiliza cinquenta. Trava-línguas é um termo usando para nomear uma modalidade de parlenda em forma de verso ou prosa, organziada de forma que se torna difícil pronunciála sem tropeços. Também são apresentados exemplos de quadras (Quadras, quadrinhas, trovas ou trovinhas são estrofes populares de 4 versos), ditados populares (ao se divertir recitando ditados populares, além de estar em contato com elementos culturais e afetivos, o aluno percebe aspectos sonoros da linguagem como ritmo e rimas).
Em Brincadeiras Populares estão disponíveis exemplos de parlendas, brincadeiras como cabra-cega, bola na parede, escravos de Jó, quente ou frio, passa o anel, seu lobo e muitas outras.
Em discografia a obra apresenta uma lista de CDs que possuem as músicas do cancioneiro popular trabalhadas, que são encontradas facilmente em CD´s de música infantil.
Projetos é dividido em 3 partes, sendo: 1º Projeto – Conhecendo o bairro em que fica a escola, onde são apresentadas sugestões de atividades como: Passeio pelo bairro; organizando um álbum coletivo de fotos; conversando com crianças; brincando de mercadinho; construindo a maquete do bairro e explorando carimbos.
O 2º Projeto – Reunindo histórias possui sugestões de atividades como: restatando, registrando e contando histórias; resgatando e registrando cantigas, poesias e parlendas; organizando saraus; teatrinho de máscaras, marionetes ou fantoches e sombra chinesa; contando e recontando histórias oralmente ou por meios de bonecos e lendo histórias sem textos.
No 3º Projeto – Construções coletivas, encontram-se sugestões de atividades como: calendário coletivo; quadro com dados numéricos dos alunos; construindo objetos com sucatas; montando uma bandinha além de texto relacionado a construção de jogos onde explana sobre a importância do mesmo no desenvolvimento intelectual, motor e afetivo das crianças.
Oficinas versa sobre: Oficina de trabalho para festas e datas comemorativas e Artes na Educação Infantil. As oficinas de trabalho para festas e datas comemorativas consiste em propostas de encaminhamento de atividades, entre as quais se encontram, além de textos informativos: criação de objetos, confecção de álbuns, cartões, cartazes, máscaras, enfeites e recordações, reciclagem de papel, preparo de ovos de chocolate, construção de árvore de Natal com material alternativo etc.

Resumo do Livro de Paulo Freire Pedagogia da Autonomia.

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire.
Introdução
Na introdução do livro ,Freire, esclarece o público alvo (docentes formados ou em formação), insistindo que formar um(a) aluno(a) é muito mais que treinar e depositar conhecimentos simplesmente e, ainda que, para formação, necessitamos de ética e coerência que precisam estar vivas e presentes em nossa prática educativa, pois esta faz parte de nossa responsabilidade como agentes pedagógicos. Ele fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças e da necessidade de nunca se acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não determinados". Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a Pedagogia da Autonomia, que leva à formação para vida, são eles: a) não há docência sem discência; b) ensinar não é transferir conhecimento e; c) ensinar é uma especificidade humana. O tema central da obra é “a formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativa progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos”.
1°. Não há docência sem discência- “dosdicência”
Freire aponta que existem diferentes tipos de educadores: críticos, progressistas e conservadores, mas, apesar destas diferenças, todos necessitam de saberes comuns tais como:
• conseguir dosar a relação teoria/prática; • criar possibilidades para o(a) aluno(a) produzir ou construir conhecimentos, ao invés de simplesmente transferir os mesmos; • reconhecer que ao ensinar, se está aprendendo; e não desenvolver um ensino de "depósito bancário", onde apenas se injetam conhecimentos (informações) nos alunos! Saber “despertar no aluno a curiosidade, a busca do conhecimento, a necessidade de aprender de forma crítica”.
Destaca a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa, pois sem ela a teoria pode ir virando apenas discurso; e a prática, ativismo e reprodução alienada. Quando diz que não há docência sem discência, quer dizer que: quem ensina ‘aprende o ensinar’, e quem aprende ‘ensina o aprender’, sendo este posicionamento muito importante para o autor.
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Desse modo, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno, as duas atividades se explicam e se complementam; os participantes são sujeitos e não objetos um do outro.
Aprendendo socialmente h e mulheres descobriram que é possível ensinar
Procura também mostrar que a teoria deve ser coerente com a prática do professor, que passa a ser um modelo e influenciador de seus educandos: não seria convincente falar para os alunos que o alcoolismo faz mal à saúde e tomar bebidas alcoólicas, deve-se ter “raiva” da bebida, pois a emoção é o que move as atitudes dos cidadãos. Várias vezes, o autor fala da “justa raiva” que tem um papel altamente formador na educação. Uma raiva que protesta contra injustiças, contra a deslealdade, contra a exploração e a violência. Podemos definir esta “justa raiva” como aquele desconforto que sentimos mediante os quadros descritos acima. 1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica.
O educador comprometido com sua proposta de educação deve afirmar a rigorosidade do método com o qual trabalha, tendo clareza em seus objetivos e com um discurso que não pode ser diferente da prática. A educação democrática não pode usar o método transferidor, não pode limitar o ensino à transferência de conteúdos verificada na definição de educação bancária. Uma das principais obrigações é o ensinar a pensar certo o que não quer dizer que o ensinado vai ser o que o professor tem como certo, como sua verdade, mas sim, dialogar sobre essas possíveis verdades. Tanto educador quanto educando devem ser sujeitos na construção do conhecimento. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Educador e educando devem negar a passividade, o “depósito” de conteúdos em um “recipiente vazio”. Educar é substantivamente formar.
Só quem pensa certo, mesmo que as vezes pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo. Uma das condições para isto é não estarmos demasiados certos de nossas certezas.
1.2 Ensinar exige pesquisa. De acordo com Paulo Freire, não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. O professor tem que ser pesquisador. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. É preciso pesquisar para se conhecer o que ainda não se conhece e comunicar ou anunciar novidades. Há o dever de respeitar os saberes do educando e os das classes populares. É preciso discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade, a violência, a convivência das pessoas, implicações políticas e ideológicas. O conhecimento da realidade é muito importante. Freire afirma que não há distância entre ingenuidade e criticidade; ao ser curioso, há crítica. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. O professor, assim como o aluno, é movido pela curiosidade. Para o autor, o pensar certo, do ponto de vista do professor, implica no respeito ao senso comum existente no educando, durante o processo de sua necessária superação. O respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando contribuirão para que ele possa sair da consciência ingênua e passe a ter uma consciência crítica. 1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. É preciso estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos. Respeitar e utilizar esses saberes. 1.4 Ensinar exige criatividade. A curiosidade é inerente ao processo de ensino-aprendizagem. Não há criatividade sem curiosidade. 1.5 Ensinar exige estética e ética. Se, se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é formar.
1.6 Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo. A prática educativa em si deve ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, já que nela há uma característica fundamentalmente humana: o caráter formador. Para isso, o professor deve se utilizar, como diz Freire, da corporeificação das palavras, como exemplo, e ainda destaca a importância de propiciar condições aos educandos, em suas relações uns com os outros ou com o professor, de treinar a experiência de ser uma pessoa social, que pensa, se comunica, tem sonhos, que tem raiva e que ama. Isto despe o educador e permite que se rompa a neutralidade do mesmo. Com esta postura o autor quer dizer que a educação é uma forma de intervenção no mundo, que não é neutra, nem indiferente.
Vc sabe com quem está falando?
1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
Pensar certo é fazer certo, é ter segurança na argumentação é saber discordar do seu oponente sem ser contra ele ou ela, sem qualquer tipo de discriminação. Ao educador, cabe desafiar o educando e produzir sua compreensão do que sendo comunicado. 1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. A prática docente crítica envolve o movimento dinâmico e dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O “pensar certo” tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática (práxis). É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.
Na prática de não fumar, opto, decido; nesta prática assumo risco e aí se concretiza materialmente!
1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Ao nos assumirmos não estamos excluindo os outros, significa assumir-se como ser histórico e social, pensante, transformador e criador. A questão da identidade cultura é fundamental na prática educativa e tem a ver diretamente com assumir-nos enquanto sujeitos. A construção de um saber junto ao educando depende da importância que o educador dá a parte social, à comunidade à qual ele trabalha para conseguir aproximar os contextos a realidade vivida, compondo assim um dialogo aberto com o aluno. Dado o exposto, Freire simplifica: “não há docência sem discência”.
ir além dele. Esta é a diferença entre o ser condicionado e o ser determinado
2 - Ensinar não é transferir conhecimentos. Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. 2.1 Ensinar exige consciência do inacabamento. Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre homens e mulheres o inacabamento se tornou consciente. A História de qual fazemos parte é um tempo de possibilidades, não de determinismo. 2.2 Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado. Somos seres condicionados, mas conscientes do inacabamento, e, por isso, sabemos que podemos Dito em poucas palavras por Freire: “o que está condicionado, mas não determinado”. Nossa presença no mundo não é a de quem nele se adapta mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História. Assim como as barreiras são difíceis para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sabemos também que os obstáculos não são eternos. Assim, homens e mulheres se tornam educáveis na medida em que se reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão. Passamos assim, a ser sujeitos e não apenas objeto da nossa história, pois não devemos ver situações como fatalidades e sim estímulo para mudá-las. 2.3 Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um, é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Saber que devo respeito a autonomia e a identidade do educando, exige de mim uma prática que seja em tudo coerente com este saber. 2.4 Ensinar exige bom senso. Quanto mais praticamos de forma metódica a nossa capacidade de indagar, duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos podemos nos tornar e com isso o nosso bom senso pode ir se tornando mais crítico. O exercício do bom senso vai superando o que há nele de instintivo por meio da avaliação que fazemos dos fatos e dos acontecimentos em que nos envolvemos. O educador precisa do bom senso em seu trabalho. 2.5 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores.
A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que faz parte dela. Uma das formas de luta contra o desrespeito dos poderes públicos pela educação, de um lado, é a nossa recusa em transformar nossa atividade docente em puro bico, e de outro, a nossa rejeição a entendê-la e a exercê-la como prática afetiva de “tias e de tios”. 2.6 Ensinar exige apreensão da realidade. A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade para nela intervir, recriando-a, fala de nossa educabilidade a um nível distinto do nível do adestramento dos outros animais ou do cultivo das plantas. Aprender, para nós, é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. Portanto é importante que a realidade seja sempre um dado presente no processo ensino-aprendizagem. 2.7 Ensinar exige alegria e esperança. Há uma estreita relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança faz parte da natureza humana. A esperança de que (juntos) professor e alunos podem aprender, ensinar, produzir, e, juntos igualmente resistir aos obstáculos é a nossa alegria. O ensinar busca a conscientização das pessoas, pois o ser humano que tenha esperança é capaz de mudar realidades. A desesperança é a negação da esperança. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica, sem ela não haveria História, mas puro determinismo. 2.8 Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. Aqui, Freire, fala da necessidade de não aceitar o determinismo como um modo de explicação das desigualdades no mundo, mas como sujeitos interventores. Não visa a adaptação e sim a intervenção (mudança) na realidade. Como educadores devemos conhecer nossos alunos, não podemos desconsiderar os saberes dos grupos populares e a realidade histórico-político- social vivida por eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude, corresponde a expulsão do opressor de dentro do oprimido. Mudar é difícil mas é possível, e a partir disto vamos programar nossa ação político-pedagógica. EX: o que nos traz o conhecimento sobre a realidade dos terremotos. 2.9 Ensinar exige curiosidade. O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjeturar, de comparar. O fundamental é que professores e alunos saibam que a postura deles (professor e alunos), é dialógica, ou seja, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam epistemologicamente1 curiosos. Mas, não podemos esquecer, que a curiosidade, assim como a liberdade deve estar sujeita a limites eticamente assumidos por todos. Minha curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade do outro e expô-la aos demais.
3. Ensinar é uma especificidade humana Neste capítulo, Freire mostra a necessidade de segurança, do conhecimento e da generosidade do educador para que tenha autoridade, competência e liberdade na condução de suas aulas. Homens e mulheres são seres programados, mas, programados para aprender. 3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade. A segurança da autoridade docente implica numa outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar a altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe; a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor.
Epistemologia:conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou lingüísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. Dic. Aurélio.
O caráter formador do espaço pedagógico é autenticado pelo clima de respeito existente. Este clima nasce de relações sérias, humildes, generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente. O ensino dos conteúdos implica o testemunho ético do professor. É impossível separar o ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos, a teoria da prática, a autoridade da liberdade, a ignorância do saber, o respeito ao professor do respeito aos alunos, o ensinar do aprender. Como professor, não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se não supero permanentemente a minha. Defende a necessidade de se exercer a autoridade com a segurança fundada na competência profissional, junto à generosidade. 3.2 Ensinar exige comprometimento Freire ressalta aqui a importância de aproximar o discurso do desempenho, o discurso teórico à prática pois afinal o professor é o exemplo para os alunos. O docente pode desconhecer algumas coisas mas tem que saber muito sobre seu trabalho, deve estar sempre preparado. Ensinar exige comprometimento, sendo necessário que se aproxime cada vez mais os discursos das ações. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre no espaço escolar e estar ciente de que a sua presença nesse espaço não passa desapercebida pelos alunos.
3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no Mundo. A educação jamais é neutra, ela pode implicar tanto o esforço da reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento. Para Freire, a Pedagogia da Autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da responsabilidade, ou seja, em experiência respeitosas da liberdade. Para isso, ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade, em que a liberdade deve ser vivida em coerência com a autoridade. O professor como ser político, emotivo, pensante não pode ser imparcial em suas atitudes, deve sempre mostrar o que pensa, apontando diferentes caminhos, evitando conclusões, para que o aluno procure a qual acredita, com suas explicações, se responsabilizando pelas conseqüências e construindo assim sua autonomia. Para que isso ocorra deve haver um balanço entre autoridade e liberdade. Deste modo, destaca-se que somente quem sabe escutar é que aprende a falar com os alunos. Finaliza dizendo que a atividade docente é uma atividade alegre por natureza, mas com uma formação científica séria e com a clareza política dos educadores. Foi somente a percepção de que homens e mulheres são seres “programados, mas para aprender” e conseqüentemente para ensinar, conhecer e intervir, que faz o autor entender a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos, não somente transmitindo conteúdos, mas redescobrindo, construindo e ressignificando, ou seja, dando um novo significado a estes conhecimentos, além de transcenderem e participarem de suas realidades históricas, pessoais, sociais e existenciais. Mesmo com todas as dificuldades para se educar, isto é, condições de trabalho,salários baixos, descasos, formas de avaliação, ainda há muitos professores exercendo sua função de maneira eficaz. Com certeza, isso se deve ao que o autor chama de vocação, que significa ter afetividade, gostar do que faz, ter competência para uma determinada função, com isso muita coisa pode ser mudada através da prática educativa.

Paulo Freire

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Paulo Freire